Resenha: Batendo à porta do céu


Batendo à porta do céu
Autor: Jordi Sierra i Fabra
Editora: Biruta
309 páginas.
Classificação: 

Sinopse: Uma jovem estudante de medicina decide abrir mão de seu conforto, de sua família e de seu namorado para trabalhar como voluntária em um hospital na Índia, durante as suas férias de verão. Em sua jornada, Sílvia conhece as peculiaridades de um país muito diferente do seu, convive com a pobreza e conhece pessoas que se tornarão muito especiais e importantes em sua vida, como o voluntário Leo, a médica Elisabet Roca, as pequenas Viji e Narayan e o misterioso Mahendra. Inspirado em um caso trágico de uma voluntária espanhola, Batendo à Porta do céu expõe as reflexões da jovem Sílvia ao se deparar com a precariedade da infraestrutura indiana, as perdas, o medo e si própria. Sílvia mergulha em um momento de autoconhecimento, em que se questiona sobre o amor e suas variações, sobre a importância do apoio da família e sobre o valor da vida. Sua vontade de evoluir como médica cresce, ao mesmo tempo em que suas convicções vão sendo fortalecidas. De forma cativante, o autor Jordi Sierra i Fabra sensibiliza o leitor com suas indagações, e também com a realidade indiana, que se contrasta tanto com a vida da jovem espanhola.

Em Batendo à porta do céu, somos apresentados à Sílvia, uma jovem espanhola estudante de Medicina, que embarca para a Índia com objetivo de trabalhar como voluntária em um hospital. Longe dos pais, famosos cirurgiões em Barcelona, e do namorado, a protagonista enxerga-se sozinha em um universo completamente diferente e peculiar. Apesar do choque cultural, Sílvia mostra extrema coragem para desempenhar seu trabalho e exercer sua vontade de mudar o mundo.

"(...) - Salvar o mundo.
- Quê?
- Você é daquelas que querem salvar o mundo.
- Qual é? Isso é errado?
- Os que tentam salvar o mundo, talvez no fundo, queiram ser salvos pelo mundo." Página 128.

Nos primeiros momentos, conhecemos os cirurgiões Elisabet Roca e Lorenzo Giner, personagens singulares e extremamente autênticos, que assumem papel de pais de Sílvia nessa jornada. Junto deles, a protagonista conhece Leo, outro jovem voluntário quase formado em Medicina e que apresenta um enorme talento em sua especialidade, a oftalmologia. Nutrindo um rancor pela fama da família de Sílvia e acreditando na hipótese de que a moça é só mais uma garota mimada, Leo apresenta um comportamento rude, o que desperta o conflito entre os personagens. Mas, a perspicácia de Sílvia faz com que Leo perceba que eles têm muito incomum e, nesse momento, se desenrola uma verdadeira amizade e cumplicidade entre os dois.


Outro personagem fascinante é Mahendra, um indiano de trinta anos que vive recluso em sua mansão, Pashbar. Dono das terras do hospital, Mahendra vive sozinho desde a tragédia que matou sua esposa e seus três filhos. Em uma de suas andanças, Sílvia o conhece. Fascinados um pelo outro, os personagens representam o extremo oposto. É genial ter a relação de Sílvia e Mahendra como um exemplo de encontrod e culturas, Ocidente e Oriente unidos pela amizade.

"A dimensão das coisas é dada pelo tempo, mas não o tempo real, o que transcorre enquanto estamos vivendo as situações, mas o posterior, o tempo em que paramos e olhamos para trás. A perspectiva é sempre a mesma. Rapidez." Página 291.

A rotina no hospital, RHT, é narrada de forma bem real e de tirar o fôlego. Tragédias, acidentes, pessoas inocentes que esperam por um milagre. Os momentos vividos pela personagem em seu trabalho são essenciais para seu crescimento pessoal. A cada vida salva, os voluntários ganhavam estímulo para continuar sua luta. As tragédias e os milagres que acompanham as páginas da obra contribuem imensamente para o crescimento pessoal da personagem e, acima de tudo, para o nosso próprio amadurecimento. Jordi Sierra i Fabra constrói uma narrativa encantadora, capaz de nos levar à reflexões intensas sobre compaixão, fé, esperança, amizade e toda forma de amor.
Maravilhoso, leitura obrigatória!

20 comentários:

  1. Parece ser bom esse livro!

    Um GRANDE e gordo beijo Thata
    overdosederosa.blogspot.com.br

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  2. Não conhecia esse. É bom ler livros assim que mostram a realidade mais difícil, né?
    Beijos,
    Carol
    www.pequenajornalista.com.br

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  3. A capa é um amor e pelo jeito a diagramação também. Vou procurar.

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    1. Procure sim, é maravilhoso!
      Obrigada por comentar, beijos!

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  4. Conhecia a obra, mas fiquei com vontade de ler. Parece ser uma daquelas obras memoráveis.

    M&N | Desbrava(dores) de livros - Participe do nosso top comentarista de Abril

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    1. É mesmo uma obra inesquecível!
      Obrigada por comentar, beijos!

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  5. Olá!
    Adorei a resenha, e mais ainda o enredo do livro. Me deixou bem curiosa, gosto de livros que nos façam refletir e que nos mostrem outras realidades, outras culturas, e esse livro parece exatamente desse jeito.
    Beijos,

    http://meuuniversox.blogspot.com

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    1. É maravilhoso! A gente descobre um mundo completamento novo.
      Obrigada, beijos!

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  6. Nunca tinha ouvido falar mais parece ser bem legal
    http://surejustnot.blogspot.com.br/

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  7. Não conhecia este livro, me parece ser lindo não só por fora como por dentro também. E com uma resenha dessas não há quem não sinta vontade de ler depois.

    Lucas - Carpe Liber
    http://livrosecontos.blogspot.com.br/

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  8. Nunca ouvi falar; mas agora bateu uma vontade imensa de Ler!

    (Post Novo, Visita Láh.)

    http://marcellyrosa.blogspot.com.br/ M.R ♥

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  9. Nossa, nunca ouvi falar, mas fiquei curiosa quanto ao livro.

    Beijos, Juliana.
    http://bloggirlpop.blogspot.com.br/

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  10. Nunca tinha ouvido falar, mas deve ser bem legal! Fiquei curiosa

    pequenos-exageros.blogspot.com.br

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