A caridade da alma

Nunca entendi porque eu preferia me aprisionar numa vida centenas de vezes mais complicada do que uma comum. Talvez seja porque esse caminho carregue mistérios e meu papel seja desvendá-los ou construí-los. E isso com certeza é mais divertido do que seguir padrões. Pode ser que eu carregue muito na cabeça e quase nada no coração, mas isso é resultado de muitas decepções. Minhas palavras podem não ser tão boas quanto antes, meus sentimentos podem não ser tão fortes, meus dias podem ter se tornado mais frios, tudo mais radical. Um vazio intenso, onde nada é problema muito menos solução. Respostas? Não há perguntas. Um mundo onde meu ego é prioridade. Porque tudo deveria mesmo ser assim: primeiro eu, segundo eu, terceiro eu. As coisas começam a dar mais certo, as pessoas começam a ser mais concretas. Eu sinto falta do calor que eu era por dentro, da pureza e da sanidade. Mas juro que foi cansaço de tentar ser quem eu não era, cansaço de tentar agradar, de falar coisas que eu não queria, de sorrir quando não era alegria. Uma personalidade que com certeza não era a minha.

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