Decidi ser feliz para sempre


Bateu uma saudade de quando meu único medo era que o homem do saco me buscasse por uma desobediência. Minha única birra com o espelho era que o reflexo de Joana D'arc aparecesse junto ao meu. Eu só tinha que cultivar meus charmes para meus pais não gostarem mais do meu irmão do que de mim. Conversava horas com uma boneca e jamais aguentaria duas horas calada, minha carência durava apenas o tempo em que meus pais estavam trabalhando. Músicas eram apenas músicas e não minha história roubada por um compositor leitor de corações. Poema era coisa de adulto e café não era bom. Amigos eram um passatempo e não um pedaço da minha personalidade. Computador? Hã, do que você está falando?
Decidi que queria ser criança outra vez. Fui em busca do impossível. Então eu descobri, que se eu fizesse todas as idiotices que me viessem na cabeça, não me preocupasse com mais nada além de minhas vontades, sonhasse acordada com castelos e tivesse medo de monstros eu seria criança outra vez. Tudo no sentido figurado é óbvio. E não é que deu certo?

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