Querida Sensatez - Cap. III

Capítulo 3 – Apresentações
O tempo estava se arrastando. E as aulas, chatas. Só para variar.
As apresentações de Miguel à classe foram calorosas, com direito a gritinhos de garotas. Isso me deu náuseas.
O relógio agora permanecia lento. Toca, sinal!
E logo tocou.
Saí da minha carteira na direção dos bancos próximo ao ginásio. Seria um momento lindo para eu desfrutar meus bolinhos de framboesa e ler meu livro favorito.
Fui andando cabisbaixa e trombei em algo. Ou melhor, em alguém.
Ao olhar para cima, minha garganta travou ao ver olhos castanhos e profundos me fitarem.
- Des-desculpe! – foi o que consegui dizer.
- Não foi nada, na verdade eu queria me apresentar mesmo – Prazer, sou Miguel Londeiro – disse Miguel, sorrindo e estendendo a mão.
- Prazer Miguel, sou Sofia Schneider – e toquei a palma de sua mão.
- Você poderia, hum, me mostrar o colégio? – sugeriu Miguel.
Mas antes que eu pudesse aceitar seu convite, fomos interrompidos por uma voz estridente.
- Miguel, venha cá, fique conosco, será divertido – gritou Bruna.
- Ah, olá lixo – disse ela para mim.
Miguel a encarava, incrédulo com o insulto. Eu já estava acostumada.
Ele queria ficar, mas quando tentou resistir, Bruna já o puxava pelo corredor a fora.
- Vamos, Sof? – Luísa surgiu, acariciando meu ombro.
- Você viu isso? Bruna acaba de roubar mais uma vez uma oportunidade de eu me enturmar com novas pessoas. – desabafei.
- Ela é idiota e nós duas sabemos disso. Agora vamos lanchar e comentar sobre as novidades do Eliot! – disse Luísa, animada.
Luísa é a minha melhor amiga. Eu adoraria ser como ela. Apesar de tantas coisas, Luísa Valmon é feliz. E o melhor de tudo: ela me entende sem me criticar ou julgar.
Sentamos no nosso banco e ficamos observando os segundanistas felizes.
- Eu adoro aquele garoto – disse Luísa, olhando fixamente para um garoto de cabelos castanhos e franja.
- Bem, ele parece ser ótima pessoa – disse.
- Hello! Mais do que isso, ele é perfeito, maravilhoso!
- E posso saber quem é o maravilhoso?
- Aquele é Gabriel Valenza, o segundanista mais lindo e estiloso do Eliot. Ah, e meu futuro namorado, é claro. – Luisa dizia tudo isso com convicção.
- Você ainda acredita mesmo em amor? Que tolice, Lu. – resmunguei.
- Realmente, você se tornou uma pessoa fria nesse ponto. Queria poder te fazer feliz. – Luísa dizia isso me olhando, preocupada.
Mordi meu bolinho de framboesa. E engoli ao som dos gritinhos de Bruna Figueiredo, que rodeava Miguel Londeiro.

Para ler o capítulo dois, clique aqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário