Querida Sensatez - Cap. 4

Capítulo 4 – Filosofia e o amor
 As semanas foram passando e eu percebi que eu já não estou mais tão angustiada quanto eu estava. Tenho que admitir que uma das pessoas que contribuiu para minha súbita felicidade foi Miguel. Sei que mal trocamos meias palavras nesse tempo, mas a presença dele sempre me fazia estranhamente bem e mais feliz.
É como se eu tivesse necessidade de olhar para aquele rosto diariamente para ter certeza de que a vida pode ser fácil, doce.
Numa manhã que parecia comum, cheguei na minha carteira e vi um bilhetinho azul.
O bilhetinho dizia: “Olá Sofia, bom dia!”
Olhei para os lados tentando encontrar o autor daquilo.
E lá estava Miguel, acenando.
Fiquei vermelha.
- O que foi? – perguntou Luísa.
- Nada – respondi, sorrindo.
A aula de Filosofia nos trouxe uma surpresa. A Srta. Meg propôs um trabalho:
- Estamos falando sobre os sentimentos mais aguçados do ser humano; amor, felicidade, amizade, tristeza e ódio. A proposta é a seguinte: cada grupo terá que montar uma explicação para um desses sentimentos.
- Legal – a turma sussurrava.
- A propósito, eu divido os grupos! – Meg exigiu.
- Ahhhh – a turma gemia.
- Sim, é uma oportunidade que eu tenho de enturmar novatos e fazer com que vocês tenham mais contato. – explicou-se Meg.
- Sofia – chamou-me. Você irá se juntar a Gabbe, Hannah, Maurício e Miguel.
Quando a Srta. Meg sibilou o último nome, um sorriso se abriu em meu rosto.
Miguel deu um meio sorriso na minha direção.
Fui até meus colegas de grupo enquanto Meg continuava a divisão dos grupos.
Após me sentar com meus colegas, abrimos o envelope que designava o tema de nosso projeto. Borboletas no estômago: AMOR.
Como eu poderia falar de um sentimento que eu simplesmente ignoro há anos? Falar de algo que simplesmente odeio? Algo que não existe!
- Droga – sibilei.
- O que foi? – perguntou Miguel.
- Tínhamos que tirar logo esse! – reclamei.
- Ah, o amor é um sentimento muito bonito Sofia – argumentou Miguel.
- Ele não existe. – finalizei.
Ele me encarava, incrédulo.
- Ok, onde podemos começar a pesquisar? – disse Gabbe, a garota loura do meu grupo.
- Podemos nos encontrar na minha casa – sugeri – Minha mãe poderá fazer bolinhos de framboesa. – Ri.
- Tudo bem então – concordou o grupo.
Ensinei como chegar a minha casa e voltei para minha carteira, a espera de uma tarde um tanto inusitada.

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