Querida Sensatez - Cap. 5

Capítulo 5 – Amor
 - Oi mãe – sibilei ao chegar em casa.
- Oi Sof – disse mamãe, me abraçando. – Essas olheiras estão aumentando, querida. Precisamos dar um jeito nisso!
- Relaxa, está tudo bem. – disse indo ao meu quarto.
A tarde chegou e o toque da campainha me pegou desprevenida.
- Oi – disse Miguel, lindo de morrer numa camisa preta, parado no vão da minha porta.
- Oi – disse, recuperando o fôlego.
- Er, Gabbe tem médico hoje à tarde, Hanna vai acompanhá-la. Maurício tem que ajudar o pai na empresa. Disse à eles que aturaríamos dessa vez e que adiantaríamos o trabalho, mas sem desculpas da próxima. Tudo bem para você? – explicou Miguel.
- Ah, ok, sem problemas. Entre! – convidei Miguel.
Fomos em silêncio até meu quarto.
- Que lugar legal – admirou-se Miguel.
- Obrigada – agradeci.
Sentamos lado a lado, frente ao computador.
- E então? – disse.
- Bem, eu estava pensando que, antes de procurarmos por conceitos formados, acreditaria que seria bom apresentarmos nosso conceito de amor. – sugeriu Miguel.
- Ok – engoli em seco.
- O amor é algo sublime. Ele desperta as mais profundas sensações humanas. É um sentimento formado de tantos outros, o que o faz tão complexo. “É ferida que dói e não se sente, é dor que desatina sem doer.” Amar é enxergar além do óbvio, é encarar os olhos. É dizer “bom dia” em bilhetes, querendo dizer “preciso de você”. É saber sentir em pouco tempo, é vitalidade. – Miguel conceituava me encarando.
Esse conceito simplesmente me tirou o chão. O que ele quis dizer com a parte de bilhetes?
- Hum, bem, sincero e muito, muito bonito. – disse.
- Alguém me inspirou – disse ele.
- É uma pessoa de sorte – sorri.
- Sua vez – disse ele, a meios sorrisos.
- Ah, claro.
- Bem, o amor é uma farsa. – comecei a dizer, mais fui interrompida.
- Shhh! Não diga o que sua mente quer dizer – disse ele, tocando minha testa – Diga o que seu coração quer falar – terminou ele, tocando o local onde meu coração se abriga, acima do peito.
Seu toque me fez fechar os olhos. Ele tinha razão. Eu não serei amarga. Pelo menos não dessa vez.
- O amor é o sentimento mais puro que eu já senti e já pude oferecer para alguém. Também foi o sentimento que mais me machucou e me fizera tão amarga. É lindo e ao mesmo tempo, terrível. Faz-nos viajar, nos faz mais belos. Mas quando nos machuca, nos faz monstros. O amor e o ódio estão numa linha muito próxima.
Essas palavras saíram da minha boca sem comando.
- Desculpe-me – disse.
- De que? Foi a coisa mais bonita que eu ouvi nos últimos anos. – falou Miguel.
- Sério? Obrigada – dei um sorriso.
Tomado pelo transe, as coisas aconteceram muito rápido. Em segundos os lábios de Miguel estavam muito próximos aos meus. E assim, nos beijávamos docemente.
Como se milhões de fadinhas rodeassem a minha cabeça.
O beijo de doce foi quente, sua pele sobre a minha ardia. Eu estava mais feliz do que nunca.
Minha mão pousava sobre sua cabeça e a dele sobre minha cintura. Agora estávamos girando na mudez do meu quarto, encantados.
Meu coração gritava, agora minha mente concordava com meu coração no conceito de amor.

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