A Personagem

A brisa se faz presente nos meus cabelos, estou em meio à multidão. Risos, conversas fáceis, papo de boteco. A música com uma letra qualquer tocava... eu não podia observar sentimento algum em meio aos arranjos.
Aquele era um dia no qual se comemorava a falta de sentimentos da humanidade.
E eu estava ali. Mas minha alma estava longe.
Aquela que eu fingia ser se movia no ritmo da música. A brisa caía, a noite era um tanto maluca.
Meu ego estava guardado, eu não podia expor o que eu era de verdade para tanta hipocrisia. Tudo bem, vamos vestir essa máscara. Vamos nos passar por um deles, mas a verdade é que você é uma garota inocente que transborda sentimentos. E tudo o que você precisa é de amor.
E de um abraço. E um pouquinho do coração também.
Às vezes eu sinto como se eu fugisse do meu controle. Todo mundo sente. Sente? Eu espero que sim.
Aí eu fecho os olhos e lembro: agora eu só um personagem. Meu verdadeiro eu quer gritar. Sinto falta de mim mesma.
A brisa anuncia: falta pouco.
O dia amanhece, então eu tiro aquela máscara obsoleta. E sigo em frente, com o meu eu verdadeiro e como se nada tivesse acontecido. 

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