Incógnitas

Acordei ao som da nossa música. Fazia uma linda manhã, o sol aparecera, depois de tantos dias chuvosos.
Procurei de onde vinha aquele som nostálgico, mais conhecido também como a música que me lembra você.  Percebi que dormi com os fones de ouvido e, no aleatório, nossa canção despertou-me dos sonhos.
Você, que até então era lembrança, voltava a me atormentar nas pequenas coisas. Como uma música pode me ferir tanto?
Libertei-me dos meus devaneios e peguei uma xícara de café. Talvez isso fosse só uma daquelas lembranças que passam em minutos.
Olhei para a mesa ao lado, o porta-retrato que tinha você sorrindo fazia falta. Assim como as outras fotos no mural, faltava você. Estava incompleto. Mas eu havia superado.
Eu estava mesmo me afogando em nostalgia, misturada a uma angústia repentina e um café morno? Maldita música.
Demorei tanto tempo para te guardar, porque logo agora deixaria você aparecer outra vez?
Determinada a não me deixar levar pelas memórias, levantei da cama e segui em frente. Vesti a minha melhor roupa e fui atrás dos meus sonhos. Eu costumava fazer isso todos os dias.
Em algum lugar, numa caixa dentro de minhas gavetas, você sorria ao meu lado. Em algum lugar, nossa música era silenciada. Para sempre.

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