Quando nada mais


Outro dia da janela fiquei observando a moça de laço azul do jardim ao lado. Ela era muito esquisita, vivia de cabeça baixa, às vezes chorava. E quem é que não chora vez em quando? Mas a moça com o laçarote só sorria nos dias de sol ou quando alguma borboleta pousasse no mesmo. Não importava a beleza da borboleta, não precisava que ela tivesse uma textura bonita - era uma borboleta. Era uma felicidade incomum de se ver quando isso acontecia, ela sorria, mostrava o brilho dos olhos castanho-esverdeados e dos dentes que pouco mostrava. E como eram belos. Ela era diferente das outras moças, sonhava tanto que não sabia distinguir dito cujo da realidade. Ela queria algo na vida além de cozinhar, ter filhos, um marido ou ser moça independente como as que formam na faculdade. Ela queria mesmo é fazer o mundo entender tudo o que passava pela cabeça dela. Mas sabe? Apesar de estranha, ela é uma moça muito especial. Desejo mesmo que tudo dê certo para ela, que as esperanças sejam renovadas todos os dias e que as borboletas nunca deixem de existir - gosto de ver a moça sorrir.

Um comentário:

  1. que lindos esses textos. São exatamente como eu gosto: curtos, interessantes e falam de amor de uma forma tão sutil...

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