Para onde vai o amor?


Numa simples quarta-feira estava eu prestes a sair. Foi quando me deparei com um casal de velhinhos apoiados um ao outro, atravessando a rua pouco movimentada.
Aquela simples cena se tornou intrigante e mexeu comigo.
Fiquei pensando na porção de histórias que eles teriam para contar aos seus netos. As dezenas de anos difíceis, porém felizes, que passaram juntos. Era o que aqueles rostos enrugados e cansados expressavam.
Então pensei em uma situação oposta. Foi fácil. Bastou lembrar dos meus problemas.
Como pode duas pessoas se amarem tanto ao ponto de terem filhos e dentro de alguns anos não restar nem um pingo de respeito ao outro?
Olhar para o meu passado, ver as velhas fotografias é como lembrar de um sonho não realizado.
Não consigo relacionar o presente da minha ex-família normal com a atual. Apesar de ainda conter os mesmos membros separadamente, ter acrescentado uma ou outra criança, ainda é a minha família. Embora não seja a dos meus pais.
O amor é um bocado estranho. Pode até ser verdadeiro, mas acaba. Às vezes penso que os casais que estão juntos a muitos e muitos anos, se acostumaram com o outro. Não acho que exista mais aquela paixão que sentiam na juventude.

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