It never ends


Quando percebi, já estava enfiada naquele estado em que não se quer mais nada. Mais nada além de sentar e esperar, na mesa do bar, a mesa mais exposta. Inspirar bastante fumaça a ponto de tossir, saborear a bebida, esperar. Esperar que eu saiba esperar, esperar alguma coisa que meu eu interior deseje, deseje a ponto de esperar. Ficar olhando o relógio pouco visível pelos olhos míopes, vigiando a porta, à espera de que algo irá entrar. À espera de que algo preencha o meu vazio, de que isso me faça querer, querer de tudo um pouco. Esperar que algo me devolva a vontade de viver, a vontade de ser. Passar dias trancafiada num quarto, sem noção de hora nem data, sem notícias de nada, esperando alguém me salvar. Quando será? À espera de não esperar...

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