Resenha: A Ilha de Bowen

A Ilha de Bowen
Autor: César Mallorquí
Editora: Biruta
523 páginas.
Classificação: ☆☆☆☆☆

Sinopse: Tudo começou com o assassinato do marinheiro Jeremiah Perkins, em um pequeno porto norueguês, e com um pequeno pacote, que ele enviou para Lady Elisabeth Faraday. Mas talvez a história tenha começado quando estranhas relíquias foram descobertas em uma antiga cripta medieval. Foi por causa disso que o mal‑humorado professor Ulisses Zarco resolveu embarcar em uma aventura a bordo do Saint Michel, enfrentando inúmeros perigos e o terrível mistério que envolvia a Ilha de Bowen.

Essa talvez seja uma das resenhas mais difíceis que já escrevi até hoje. Isso se deve ao fato de A Ilha de Bowen ser o livro mais surpreendente que já li. Não sei definir exatamente o que o torna tão singular, tão fantástico; as aventuras? A inteligência do professor Ulisses Zarco? O desfecho impecável? Certamente uma combinação de todos esses fatores. 


A Ilha de Bowen possui narrativa alternada entre um narrador onisciente, em terceira pessoa e o diário pessoal de Samuel Durango, Samuel é um jovem fotógrafo que está em busca não só de uma oportunidade de trabalho, mas de um novo rumo para a sua vida. Ele se depara então com uma vaga de emprego na SIGMA, Sociedade de Pesquisas Geográficas, Meteorológicas e Astronômicas. É durante a entrevista de Durango para o cargo de fotógrafo de expedições que a história começa a tomar forma.

Elizabeth Faraday, dama inglesa de classe média, chega à SIGMA à procura do professor Zarco. Ela deseja receber ajuda para encontrar seu marido John Foggart. John saiu à bordo do navio Britannia para uma expedição próxima à Noruega após a descoberta da cripta de São Bowen e há vários meses não dá nenhum sinal de vida. Ela deseja que Ulisses organize uma nova expedição, em busca de seu marido e amigo do professor. Mas então a viagem recebe uma nova motivação: John, antes de desaparecer, enviou para a família fragmentos de metal de origem desconhecida, cuja análise posterior revela uma composição química impossível de existir na natureza. Paralelamente, a existência do metal raro desperta a atenção de Alexander Ardán, um poderoso proprietário de uma grande empresa de mineração. Ambição e mistério envolvem o sumiço de Foggart. Diante dessa perspectiva, Zarco parte em busca dos segredos da Ilha de Bowen, à bordo do Saint Michel. Seus principais companheiros de viagem são Elizabeth, sua filha Katherine, Samuel Durango e o Capitão Verne.

Um dos aspectos mais interessantes da obra é a construção de personagens marcantes e autênticos. Zarco, com seu humor ácido e inteligência, é peça fundamental na articulação do enredo. Os personagens femininos trazem o diferencial da história e agradam qualquer leitora. Elizabeth Faraday é uma mulher corajosa, valente, muito inteligente e leal. Zarco e Lisa, devido às personalidades fortes, vivem conflitos incessantes, que são constantemente acalmados pelos personagens secundários. 

A expedição segue por meio das dicas encontradas nas relíquias deixadas por John. Cada nova descoberta é ainda mais inusitada e misteriosa, deixando os leitores muito ansiosos pelo destino dos personagens. A obra é divida em dois livros, O Enigma da Cripta e Há Tigres Aqui. Assim são delineados dois grandes posicionamentos do autor: a apresentação dos enigmas e a resolução, repleta de ação.

A Editora Biruta mais uma vez entrega um presente aos seus fiéis leitores. A edição é linda, com diversas páginas decoradas com desenhos que ilustram uma situação que está sendo narrada. A capa é de um tom de azul encantador. Os aspectos físicos da obra fazem jus a uma estória de tirar o fôlego!  

O Garoto Quase Atropelado - o seu novo livro favorito!

Chega nesse mês, nas melhores livrarias, o mais novo lançamento da Faro Editorial: O Garoto Quase Atropelado. O segundo livro de meu amado amigo, Vinícius Grossos, é escrito todo em formato de diário, o que, por si só, já é um fator que conquista o coração de muitos leitores. 

A obra narra um mês de vida de seu personagem principal, quando ele conhece três pessoas especiais: Laís, a garota com cabelo de raposa, Acácio o James-Dean-não-tão-bonito e Natália, a garota estranha com cabelo roxo. Cada um desses personagens vive os dramas pessoais trazidos pela vida adulta. Como é de se esperar, Vinícius mais uma vez traz com leveza temas de grande importância social, assim como feito anteriormente em Sereia Negra. Inteligente e doce, a combinação perfeita que fará O Garoto Quase Atropelado um forte candidato a livro favorito de muitos leitores.

A capa e a sinopse, liberadas pela Editora e pelo autor há algumas semanas, só faz aumentar a ansiedade e a vontade de ler.


"Um garoto sofreu com um acontecimento terrível. Para não enlouquecer, ele começa a escrever um diário que o inspira a recomeçar, a fazer algo novo a cada dia.
O que não imaginou foi que agindo assim ele se abriria para conhecer pessoas muito diferentes: a cabelo de raposa, o James Dean não-tão-bonito e a menina de cabelo roxo, e que sua vida mudaria para sempre! Prepare-se para se sentir quase atropelado de uma forma intensa, seja pelas fortes emoções do primeiro amor, pelas alegrias de uma nova amizade ou pelas descobertas que só acontecem nos momentos-limite de nossas vidas.
Estar vivo e viver são coisas absolutamente diferentes!"

Mal posso esperar para receber meu exemplar e contar as maravilhas dessa leitura. E aí, o que acharam?

Resenha: Fuja, Coelhinho, Fuja


Fuja, Coelhinho, Fuja
Autora: Barbara Mitchelhill
Editora: Biruta
233 páginas
Classificação: ☆☆☆☆☆


Sinopse: Fuja, coelhinho, fuja, conta a história de Lizzie e Freddie. Quando o pai das crianças, William, recusa-se a lutar na Segunda Guerra Mundial, a polícia vem à sua procura. Precisam então fugir para se manterem unidos. Refugiam-se em uma comunidade chamada Whiteway. O esconderijo não dura muito tempo, e a família precisa, mais uma vez, buscar um novo refúgio. Suas opções vão ficando mais escassas e os obstáculos aumentam; a chance de continuarem juntos fica cada vez menor. 

Em uma Inglaterra mergulhada no contexto da Segunda Guerra Mundial, todo homem jovem e saudável é obrigado a servir ao exército, seja na frente de batalha, nos hospitais ou na produção de munições. William, pai de Lizzie e Freddie, acaba de perder sua esposa em uma tragédia e vê-se pressionado pelo Estado. No entanto, Will é um pacifista; ele não acredita nos ideais da guerra e se recusa a matar seus semelhantes.

A história é contada sobre o ponto de vista de Lizzie, a irmã mais velha. Uma menina esperta e que luta por suas convicções e pela união de sua família. Ela vê sua paz ameaçada quando chegam notícias de que a polícia está atrás de seu pai. Lutando pela paz, por seus ideais e acima de tudo, pelo amor, a família embarca em uma jornada de sofrimento, descoberta e honra.

O primeiro ponto de parada é Whiteway, lugarejo que abriga "anarquistas", pessoas de visão contrária ao governo. Ali Lizzie faz muitos amigos e todos se consideram uma verdadeira família. O cenário de Whiteway é responsável pela parte mais leve e divertida da história. É possível que o leitor sinta o aconchego e a paz que o lugar transmite aos personagens.

Mas Whiteway não é o final feliz. Empecilhos, vilões e confrontos impedem a paz da família, que é obrigada a fugir novamente. 

A Editora Biruta mais uma vez atingiu alto nível com a diagramação do livro. A estética é impecável. Fuja, Coelhinho, Fuja é uma história única; ao mesmo tempo que é uma história da Segunda Guerra Mundial, apresenta ao leitor uma narrativa diferenciada, que é a história dos pacifistas. Lindíssimo e uma fonte inestimável de conhecimento. 

Simplesmente Acontece, Cecelia Ahern + Sorteio

Em janeiro, chega aos cinemas o longa-metragem baseado no novo romance de Cecelia Ahern, Simplesmente Acontece. O filme conta com a mesma direção de PS. Eu Te Amo, obra de grande sucesso da autora. 


O livro narra a história de Rosie e Alex, grandes amigos julgados por todos como um belo casal. Próximos desde a infância, eles têm sua bela amizade colocada em risco durante a adolescência, quando Alex muda-se com sua família para os Estados Unidos. Durante anos, os dois tentam manter contato por meio de e-mails, mensagens e cartas. Mesmo aprendendo a conviver com a distância e aprendendo a levar a vida um sem a presença do outro, o destino insiste em, aos poucos, torná-los cada vez mais próximos.


Nos cinemas, Rosie será interpretada por Lily Collins e Alex por Sam Clafin. O elenco ainda conta com os atores Christian Cooke, Jaime Winstone e Tamsin Egerton. 

Love, Rosie

Leitores ávidos geralmente preferem ler o livro antes de assistir ao filme, certo? Pensando nisso, em parceria com a Editora Novo Conceito, sortearei um exemplar do livro Simplesmente Acontece, Cecelia Ahern.

Para participar, basta seguir às seguintes regras:

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O sorteio acontecerá às 12h do dia 29 de janeiro. Entrarei em contato com o vencedor para coletar os dados para o envio do prêmio, que será realizado diretamente pela Novo Conceito.

Resenha: A Última Carta


A Última Carta
Autor: David Labs
Editora: Biruta
134 páginas.
Classificação: ☆☆☆

Sinopse: Luda, apesar de inconformada, parecia já ter seu destino traçado: casaria por conveniência, atendendo aos interesses familiares, e viveria para sempre em sua cidade natal, cuja população e valores ela desprezava. Contudo, a chegada de uma carta anônima alteraria completamente o curso de sua vida e, a partir daí, sua história passaria a conter muitas lacunas, segredos e imprecisões.
O que seria real, o que seria falso? Através de notícias de jornal, diários, cartas e um tanto de imaginação, o narrador de A Última Carta empreende uma busca pela verdadeira história de Luda. Entre as ruas de uma pequena cidade burguesa parada no tempo e os bulevares de Paris do final da Segunda Guerra Mundial, você acompanhará a investigação de todos os mistérios que permearam a vida de Luda – desde o recebimento da primeira carta, até a chegada da última.

Casamento por conveniência, mistério, paixão e aventura constroem a atmosfera do livro A Última Carta, romance de estreia do brasileiro David Labs. A obra, que se passa entre os anos 1939 e 1961 conta a história de Luda Glauben, uma jovem forçada pelos pais a  se casar. Seu noivo, Lucas Gentille, é o filho único da família mais rica da cidadezinha de Vagas do Destino. Luda, infeliz, detesta a realidade do lugar onde mora e a ideia de se casar com um noivo feio e abobalhado. Mas tudo começa a mudar quando a protagonista começa a receber cartas anônimas de um admirador, que viria a transformar toda a sua história e construir uma vida rodeada de mistérios e imprecisões.

A personagem começa a se envolver profundamente com o autor das cartas. Acredito que, por sua carência, ela idealiza o possível amado. Por ele, comete loucuras e erros. A cada página do livros, temos contato com passagens do diário de Luda, que nos permite investigar o que de fato acontece ao longo da narrativa. Isso se deve ao fato de que a narrativa é, muitas vezes, superficial.

"(...) chorei, então, verdadeiramente. Meus esforços não foram infrutíferos. Tenho a pérfida propensão à destruição dos universos sagrados, mas espero a regeneração diante do relicário do amor."  Página 55.

O objetivo de Labs é construir uma obra que faz com que o leitor explore a imaginação e as entrelinhas. Por isso, aconselho a releitura de A Última Carta, para que seja possível captar detalhes que escapam facilmente na primeira vez.


Apesar da presença de personagens muito bem construídos, muitas vezes fiquei confusa com a narração. Em roxo, temos as passagens do diário de Luda e compreendemos muito bem sua narração. Mas, simultaneamente, temos comentários e descrições de um narrador onisciente. Se você preza pela linearidade, pode ficar confuso pela oscilação de pontos de vista e espaço-tempo.

"Paris sempre esteve no imaginário dos românticos. Até Hitler a amava e desejou tê-la como mais um monumento consagrado a si e a seus ideais. Estava fria quando eu me dirigia para o hotel a fim de descansar antes de encontrar Jacques. Ainda não despertara para a cidade plena de mistérios e civilidade, síntese de todas as possibilidades do amor."  Página 102.

O final é o ponto máximo da vida de personagem. É possível sentir carinho e solidariedade por uma protagonista que sofreu, cresceu e, sobretudo, viveu e cometeu erros como qualquer outro ser humano. Eu tenho grande admiração por obras que conseguem mostrar a evolução de uma personagem ingênua e inconformada que passa a ser um adulto cheio de si.
A diagramação da Editora Biruta é, mais uma vez, impecável. As ilustrações despertam o nosso lado lúdico e auxilia na leitura subjetiva. A escrita de David Labs é intensa e rebuscada, mas consegue manter a leveza de uma boa leitura para uma única tarde.

Magisterium - Cassandra Clare | Holly Black

Setembro foi um mês muito animado para minha caixinha de correio. Além de receber alguns lançamentos incríveis, pude conhecer um pouco mais sobre o livro Magisterium, escrito pela querida Cassandra Clare, em parceria com a Holly Black. 




Recebi alguns pôsteres e bottons promocionais, contendo frases misteriosas e ilustrações dos quatro elementos - terra, ar fogo e água - e um quinto, caos. 




Magisterium parece reunir um universo fantástico, aventura e personagens intrigantes; tudo isso combinado a escrita fantástica das duas autoras. Nos Estados Unidos, a série conta com cinco livros e Magisterium - O Desafio de Ferro é o primeiro a ser lançado no Brasil, pelo selo #irado da Editora Novo Conceito.



"A maioria dos garotos faria qualquer coisa para passar no Desafio de Ferro. Callum Hunt não é um deles. Ele quer falhar. Se for aprovado no Desafio de Ferro e admitido no Magisterium, ele tem certeza de que isso só irá lhe trazer coisas ruins. Assim, ele se esforça ao máximo para fazer o seu pior... mas falha em seu plano de falhar. Agora, o Magisterium espera por ele, um lugar ao mesmo tempo incrível e sinistro, com laços sombrios que unem o passado de Call e um caminho tortuoso até o seu futuro. Magisterium - O Desafio de Ferro nasceu da extraordinária imaginação das autoras best-seller Holly Black e Cassandra Clare. Um mergulho alucinante em um universo mágico e inexplorado."



Sou fã de carteirinha de histórias de aventura, magia, mistério e universos alternativos. Livros assim despertam a imaginação de jovens e adolescentes e, ainda assim, conseguem ser uma leitura ímpar para os mais velhos. Mal posso esperar para lê-lo!