Resenha: Deslembrança

Deslembrança

Autora: Cat Patrick

Editora: Intrínseca

250 páginas.

Classificação: ☆☆☆☆☆

Sinopse: "Toda noite, quando London Lane recosta a cabeça no travesseiro e dorme, cada mínimo detalhe do dia que viveu desaparece de sua memória. Pela manhã, restam-lhe apenas lembranças do futuro: pessoas e acontecimentos que ainda estão por vir. Para conseguir manter uma rotina minimamente normal, London escreve bilhetes para si própria e recorre à sempre fiel melhor amiga. Já acostumada a tudo isso, ela tenta encarar a perda de memória mais como uma fatalidade que como uma limitação. Mas, quando imagens perturbadoras começam a surgir em suas lembranças e London precisa, de algum modo, escapar delas, fica claro que para entender o presente e o futuro ela terá que decifrar o que ficou esquecido no passado."

Deslembrança é um tipo de livro que te chama a atenção logo de cara: a capa é maravilhosa, chamativa, daquelas que dá vontade de comprar o livro na mesma hora.

Pela sinopse, já fiquei bastante animada em ler a história.

É impossível não lembrar do filme “Como se fosse a primeira vez”, com a Drew Barrymore e Adam Sandler. A moça do filme sempre esquecia de tudo quando dormia, mas a diferença é que London Lane, a protagonista de Deslembrança, tem sua memória reiniciada todos os dias, exatamente às 4:33h. Mas, apesar de não lembrar do passado, London tem constantes memórias sobre o futuro.

"Eu me lembro do que ainda vai acontecer.

Lembro o futuro, mas esqueço o que já passou.

Todas as minhas lembranças, boas, ruins ou tanto faz, um dia vão se concretizar."  Pág. 33

Toda noite, London escreve bilhetes para si mesma, contando os últimos acontecimentos de sua vida. Ela os lê todas as manhãs. É engraçado se imaginar no lugar de London, quem se imagina acordando todos os dias com a mente zerada?

Um dia no colégio, London conhece Luke, um garoto incrível que se apaixona pela protagonista e a faz viver incríveis momentos. Eles começam a namorar e todos os dias London fica extremamente ansiosa para conhecê-lo.

"- Acho um pouquinho estranho, sim. Mas gosto de coisas estranhas – digo. – O que mais? 

- Não sei, London – diz ele, ficando de lado para me olhar e apoiando a cabeça na mão. Acho que é simplesmente o pacote inteiro. Não consigo decompor você. Simplesmente amo você toda. Acho que sempre amei. 

Pergunto-me o que Luke quer dizer com “sempre” enquanto ele passa a mão em meu rosto e ficamos em silêncio por um momento. Isso não parece encaixar muito bem, mas não quero estragar o clima, então digo: 

- Eu também amo você todo. 

As palavras são pesadas e sinceras, e acho que as de Luke também foram. E, curiosamente, apesar do peso, eu me sinto leve. Parece fácil."  Pág. 142

Além da história de amor e dos conflitos pessoais, London começa a ter uma visão bem estranha: todos os dias ela tem flashes de um velório/enterro. Mas o mais inquietante é: de quem seria o funeral? A partir daí, existe toda uma trama para descobrir esse mistério.

A leitura é ótima e dá aquela vontade de quero mais quando o livro chega ao final. É uma obra que realmente mexe com a gente. Um dos melhores livros que eu já li na minha vida.